Ex-ministros da Justiça defendem fim de penas a usuários de drogas
A campanha pela descriminalização do uso de drogas ganhou o apoio de sete ex-ministros da Justiça, que entregam hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) um manifesto defendendo que não se pode punir comportamentos praticados na intimidade que "não prejudiquem terceiros".
O documento é assinado por Nelson Jobim, José Carlos Dias, Miguel Reale Júnior, Aloysio Nunes Filho e José Gregori -que estiveram à frente da pasta durante o governo Fernando Henrique Cardoso-, além de Tarso Genro e Márcio Thomaz Bastos, que ocuparam o cargo durante os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva.
A manifestação será enviada ao ministro Gilmar Mendes, relator de um recurso sobre o tema. O processo tem repercussão geral reconhecida -apesar de tratar de um caso específico, a decisão do STF terá um efeito genérico.
"O fracasso da guerra às drogas baseada na criminalização do consumidor revela a impropriedade das estratégias até hoje utilizadas", diz o manifesto. "Tratar o usuário como cidadão, oferecendo-lhe estrutura de tratamento, por meio de políticas de redução de danos, é mais adequado do que estigmatizá-lo como criminoso."
Pela lei brasileira, usar droga é crime, embora, desde 2006, não haja cadeia para os punidos. O condenado deixa de ser réu primário e tem como pena máxima dez meses de prestação de serviços comunitários, além de multa.
Se o Supremo decidir que não há crime, o usuário, em tese, não poderá receber nem advertência, a mais branda das punições previstas na lei.
Ainda não há prazo para que o caso seja analisado pelo Supremo, mas a expectativa é que o julgamento ocorra este ano. Será a primeira vez em que a corte máxima do país discutirá o uso de drogas.
O processo que originou a discussão se refere a usuário de maconha, mas a decisão do STF valerá a todas as drogas. A ação que será julgada pela corte foi movida pela Defensoria Pública paulista.
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Comentários
Ver todos os comentários (150)Hellvis
17/04/2013 20h40 DenunciarDr Santana
17/04/2013 13h30 DenunciarHá milhares de viciados em cigarro e álcool e não parece ser expressivo o número de traficantes destas substâncias. Sempre haverá viciados mas a violência provocada pelo tráfico só existe quando o Estado tenta (e jamais consegue) interromper o acesso dos viciados a seus vícios. A sociedade precisa decidir deixar que viciados se entupam de drogas em seus apartamentos para salvar as crianças da guerra infrutífera contra o tráfico.
furioso
17/04/2013 11h10 Denunciarseus cabeças de vento,, enquanto houver viciado vai haver traficantes, e vidas se perdendo, em assaltos, assassinatos explosão de caixas eletrônicos, chacinas, tudo isto por causa dos viciados de drogas. ou vocês são chegados??

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Estão fazendo justiça. Por que é uma hipocrisia prender o usuário; quando não se responsabiliza os responsáveis pela entrada de drogas e armas nas fronteiras; não se responsabilizam os Coroneis da PM, responsaveis pelas fronteiras; não se responsabilizam os governadores e deputados pelos resultados dos seus governos. Existe muita gente importante que permite a entradas de armas e drogas no país, por que a lei só vai penalizar o mais pobre dessa cadeia produtiva?